News Editora Autêntica

Oi amigos, vamos conferir os lançamentos da Editora Autêntica para o mês de maio?

Mário de Andrade - Exílio no Rio - Moacir Werneck de Castro
“Naquele brando inverno carioca de 1938, Mário de Andrade dava os primeiros passos de uma vida nova. Tinha anunciado à família que saía de férias, mas era mudança mesmo. Precisava fugir de São Paulo custasse o que custasse, embora com o sacrifício de arrostar pela primeira vez, já quase aos 45 anos, o afastamento do convívio materno que o aconchegava.
Ir ao Rio de Janeiro ia sempre, com alvoroço de menino. Achava maravilhosa a natureza; a gente o surpreendia e encantava. Cidade enfeada pela miséria, mas rica de humanidade, amava-a à distância, de amor platônico, feito de furtivos contatos. Numa de suas breves temporadas, assistiu ao carnaval carioca. A festa popular inspirou um poema em que botava pra fora sua “frieza de paulista”, seus “policiamentos interiores”. No Rio, convivia alegre com amigos escritores e artistas, entrava pela noite em discussões, lia e ouvia poemas nascidos de uma nova estética da qual ele, já conhecido como o “papa do Modernismo”, era pioneiro. Quem sabe, pensava, não poderia morar lá?
Desta vez trazia uma mágoa muito funda, causada pelo naufrágio de um projeto a que se dedicara todo durante três anos, à frente do Departamento de Cultura da Municipalidade de São Paulo. E essa amargura foi o elemento aglutinador de dores esparsas do corpo e da alma, sorrateiramente acumuladas.
Até então costumava dizer, descuidado: ‘Eu sou feliz!’. Mas de repente acontecera aquele grande dissabor, que o punha desarvorado diante das armadilhas do destino. Tinha ideia formada: considerava o destino uma conquista, realização perfeitamente controlada de “tendências pessoais”, e não trama inelutável dos fatos. Agora, desmoronada essa certeza, tudo ficava muito confuso.
O jeito foi a fuga, o exílio no Rio.”
Do Sublime ao Trágico - Friedrich Schiller
Nas últimas décadas, a quantidade de publicações dedicadas ao debate sobre o sublime demonstra o interesse que o assunto tem despertado, tanto nos críticos de arte e teóricos da literatura quanto nos artistas, filósofos e historiadores da cultura. Uma das principais referências nesse debate é, sem sombra de dúvida, Schiller
As contribuições de Schiller para a estética datam da década de 1790, e foram veiculadas em dois periódicos que organizou nessa época, Neue Thalia e Die Horen. O tema do sublime – ao lado do belo, uma das principais categorias mobilizadas pela tradição moderna com vistas a explicar os fenômenos estéticos – ocupava uma posição central naqueles estudos. Ao discutir o sublime, Schiller buscava uma ferramenta que esclarecesse os princípios constitutivos da experiência trágica, não só para compreender melhor os objetos da estética, mas também para construir fundamentos conceituais mais sólidos para a sua própria produção dramatúrgica.
A teoria schilleriana do sublime pode ser avaliada como um ponto culminante no desenvolvimento do tema em função de avanços decisivos em relação às concepções modernas, ligados a uma transposição do sublime da natureza para a arte. A partir desses avanços, quando se considera o desdobramento contemporâneo da discussão, Schiller pode ser avaliado também como ponto de partida, ou como primeira proposta do tipo de reflexão que enxerga na noção de sublime uma chave para compreender a criação artística na atualidade.
Famílias Homoafetivas - Lígia Loltran
Este livro-reportagem de Lícia Loltran é um convite à desconstrução de estereótipos sobre os relacionamentos homoafetivos. Há, na sociedade, uma distorção quanto ao público e o privado dessas relações e uma tendência em limitá-las, apenas, ao campo do sexo e da intimidade (privado) e não ao da afetividade, da busca pela felicidade e do respeito à diversidade. De forma humana e sensível, Lícia Loltran traz para o público leitor histórias de vida que ressaltam a busca pela felicidade fora dos “padrões” judaico-cristãos. Essas histórias também destacam as dificuldades de casais homoafetivos na legalização de suas uniões, nas adoções e, principalmente, na superação de preconceitos. Mesmo que o teor “militante” não se faça presente nos textos, este livro é, na verdade, uma brilhante iniciativa de humanizar casais de mulheres com filhos que fogem da heteronormatividade, mas que, para existirem, tiveram de se sujeitar a leis e à ordem estabelecida. Nesse sentido, o livro tem uma perspectiva política, pois traz situações decorrentes da própria luta dos casais homoafetivos, como a superação de barreiras familiares, sociais e institucionais. Tudo isso sem cansar o leitor, pois cada narrativa está recheada de detalhes, singularidades que, no conjunto, se tornam plurais. Na verdade, a leitura de Famílias homoafetivas: a insistência em ser feliz é mais que um convite à reflexão sobre o sentido de democracia e de respeito à diversidade em uma sociedade ainda homofóbica.
O Realismo Impossível - André Bazin
André Bazin nos mostra como ver, ouvir, sentir, compreender filmes e escrever sobre eles. Lições de coisas e de estilo. Ensina que filmes não “falam” disto ou daquilo, nem “abordam” este ou aquele tema. Filmes se “fazem com”: sobreimpressões, panorâmicas, reflexos em vitrinas, o barulho de uma descarga sanitária, posições de corpos no espaço, músicas, profundidades de campo, as peculiaridades dos sotaques das pessoas, reenquadramentos para a esquerda e para a direita, luzes e sombras. Os recursos da cozinha e do gosto cinematográficos.
No cinema, a realidade é aquilo em que acreditamos, e não o que “de fato é, ou foi”, crença criada por regras do jogo (do discurso) articuladas como sistema internamente referido e supostamente coerente, propostas implicitamente pelo filme e inferidas pelo espectador. Devemos sempre falar de efeitos de realidade
, em vez de reprodução do real
Para Bazin, Jean Renoir descobriu, reinventou, estendeu e exemplificou as muitas possibilidades do realismo no cinema, para que este fosse fiel à sua vocação. O filho de Auguste Renoir se afirmou como homem do futuro, que nenhum progresso técnico incomodou, e foi um dos mestres do realismo cinematográfico.

Então amigos, o que acharam dos lançamentos?
a Rafflecopter giveaway

2 comentários:

  1. familias homoafetivas é o que mais me chama a atenção, Rose. Creio que ainda é necessários desmistificar a mentalidade das pessoas que acreditam que as crianças se tornam traumatizadas, o que é uma grande bobagem, afinal uma criança que é amada é feliz e ponto
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
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    1. Ele também foi o que mais me chamou atenção e do qual gostaria de ler. Concordo com suas palavras.
      Bjs!

      Excluir

Olá meu amigo, deixe sua opinião, ela é sempre bem vinda. Obrigada por visitar o blog.

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Oi amigos, vamos conferir os lançamentos da Editora Autêntica para o mês de maio?

Mário de Andrade - Exílio no Rio - Moacir Werneck de Castro
“Naquele brando inverno carioca de 1938, Mário de Andrade dava os primeiros passos de uma vida nova. Tinha anunciado à família que saía de férias, mas era mudança mesmo. Precisava fugir de São Paulo custasse o que custasse, embora com o sacrifício de arrostar pela primeira vez, já quase aos 45 anos, o afastamento do convívio materno que o aconchegava.
Ir ao Rio de Janeiro ia sempre, com alvoroço de menino. Achava maravilhosa a natureza; a gente o surpreendia e encantava. Cidade enfeada pela miséria, mas rica de humanidade, amava-a à distância, de amor platônico, feito de furtivos contatos. Numa de suas breves temporadas, assistiu ao carnaval carioca. A festa popular inspirou um poema em que botava pra fora sua “frieza de paulista”, seus “policiamentos interiores”. No Rio, convivia alegre com amigos escritores e artistas, entrava pela noite em discussões, lia e ouvia poemas nascidos de uma nova estética da qual ele, já conhecido como o “papa do Modernismo”, era pioneiro. Quem sabe, pensava, não poderia morar lá?
Desta vez trazia uma mágoa muito funda, causada pelo naufrágio de um projeto a que se dedicara todo durante três anos, à frente do Departamento de Cultura da Municipalidade de São Paulo. E essa amargura foi o elemento aglutinador de dores esparsas do corpo e da alma, sorrateiramente acumuladas.
Até então costumava dizer, descuidado: ‘Eu sou feliz!’. Mas de repente acontecera aquele grande dissabor, que o punha desarvorado diante das armadilhas do destino. Tinha ideia formada: considerava o destino uma conquista, realização perfeitamente controlada de “tendências pessoais”, e não trama inelutável dos fatos. Agora, desmoronada essa certeza, tudo ficava muito confuso.
O jeito foi a fuga, o exílio no Rio.”
Do Sublime ao Trágico - Friedrich Schiller
Nas últimas décadas, a quantidade de publicações dedicadas ao debate sobre o sublime demonstra o interesse que o assunto tem despertado, tanto nos críticos de arte e teóricos da literatura quanto nos artistas, filósofos e historiadores da cultura. Uma das principais referências nesse debate é, sem sombra de dúvida, Schiller
As contribuições de Schiller para a estética datam da década de 1790, e foram veiculadas em dois periódicos que organizou nessa época, Neue Thalia e Die Horen. O tema do sublime – ao lado do belo, uma das principais categorias mobilizadas pela tradição moderna com vistas a explicar os fenômenos estéticos – ocupava uma posição central naqueles estudos. Ao discutir o sublime, Schiller buscava uma ferramenta que esclarecesse os princípios constitutivos da experiência trágica, não só para compreender melhor os objetos da estética, mas também para construir fundamentos conceituais mais sólidos para a sua própria produção dramatúrgica.
A teoria schilleriana do sublime pode ser avaliada como um ponto culminante no desenvolvimento do tema em função de avanços decisivos em relação às concepções modernas, ligados a uma transposição do sublime da natureza para a arte. A partir desses avanços, quando se considera o desdobramento contemporâneo da discussão, Schiller pode ser avaliado também como ponto de partida, ou como primeira proposta do tipo de reflexão que enxerga na noção de sublime uma chave para compreender a criação artística na atualidade.
Famílias Homoafetivas - Lígia Loltran
Este livro-reportagem de Lícia Loltran é um convite à desconstrução de estereótipos sobre os relacionamentos homoafetivos. Há, na sociedade, uma distorção quanto ao público e o privado dessas relações e uma tendência em limitá-las, apenas, ao campo do sexo e da intimidade (privado) e não ao da afetividade, da busca pela felicidade e do respeito à diversidade. De forma humana e sensível, Lícia Loltran traz para o público leitor histórias de vida que ressaltam a busca pela felicidade fora dos “padrões” judaico-cristãos. Essas histórias também destacam as dificuldades de casais homoafetivos na legalização de suas uniões, nas adoções e, principalmente, na superação de preconceitos. Mesmo que o teor “militante” não se faça presente nos textos, este livro é, na verdade, uma brilhante iniciativa de humanizar casais de mulheres com filhos que fogem da heteronormatividade, mas que, para existirem, tiveram de se sujeitar a leis e à ordem estabelecida. Nesse sentido, o livro tem uma perspectiva política, pois traz situações decorrentes da própria luta dos casais homoafetivos, como a superação de barreiras familiares, sociais e institucionais. Tudo isso sem cansar o leitor, pois cada narrativa está recheada de detalhes, singularidades que, no conjunto, se tornam plurais. Na verdade, a leitura de Famílias homoafetivas: a insistência em ser feliz é mais que um convite à reflexão sobre o sentido de democracia e de respeito à diversidade em uma sociedade ainda homofóbica.
O Realismo Impossível - André Bazin
André Bazin nos mostra como ver, ouvir, sentir, compreender filmes e escrever sobre eles. Lições de coisas e de estilo. Ensina que filmes não “falam” disto ou daquilo, nem “abordam” este ou aquele tema. Filmes se “fazem com”: sobreimpressões, panorâmicas, reflexos em vitrinas, o barulho de uma descarga sanitária, posições de corpos no espaço, músicas, profundidades de campo, as peculiaridades dos sotaques das pessoas, reenquadramentos para a esquerda e para a direita, luzes e sombras. Os recursos da cozinha e do gosto cinematográficos.
No cinema, a realidade é aquilo em que acreditamos, e não o que “de fato é, ou foi”, crença criada por regras do jogo (do discurso) articuladas como sistema internamente referido e supostamente coerente, propostas implicitamente pelo filme e inferidas pelo espectador. Devemos sempre falar de efeitos de realidade
, em vez de reprodução do real
Para Bazin, Jean Renoir descobriu, reinventou, estendeu e exemplificou as muitas possibilidades do realismo no cinema, para que este fosse fiel à sua vocação. O filho de Auguste Renoir se afirmou como homem do futuro, que nenhum progresso técnico incomodou, e foi um dos mestres do realismo cinematográfico.

Então amigos, o que acharam dos lançamentos?
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2 comentários:

  1. familias homoafetivas é o que mais me chama a atenção, Rose. Creio que ainda é necessários desmistificar a mentalidade das pessoas que acreditam que as crianças se tornam traumatizadas, o que é uma grande bobagem, afinal uma criança que é amada é feliz e ponto
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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    1. Ele também foi o que mais me chamou atenção e do qual gostaria de ler. Concordo com suas palavras.
      Bjs!

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