Oi amigos, vamos conferir o que a
Editora Autêntica preparou para seus leitores para o mês de dezembro?
O Formigueiro - Ferreira Gullar
O poeta explica que concebeu este livro-poema em 1955. como decorrência de seu embate com as palavras, depois de A luta corporal (1954). Quem acompanha a produção de Gullar (1930), sabe que ele parte de uma linguagem convencional para a dissolução do discurso, que o levou a um beco sem saída em sua obra poética. Gullar explica: “A luta contra a sintaxe tinha sido o problema central de A luta corporal e O formigueiro era apenas uma maneira de enfrentá-lo”. O livro-poema, composto artesanalmente em letra set, só aparece em 1991 e, desde então, está fora de catálogo, tornando-se obra de colecionador. Esta edição vem colocar luz sobre este período importante em sua trajetória e permitirá ao leitor conhecer e refletir, quase 25 anos depois, os caminhos traçados por Gullar. Assim, vai entender porque ele é um dos mais talentosos e corajosos intelectuais do país. Considerado hoje, por unanimidade, o maior poeta brasileiro em atividade.
Se Parmênides - Bárbara Cassin
A publicação de Se Parmênides na França, em 1980, significou um marco,
não só para os estudos sobre a filosofia grega antiga em geral e para a
sofística em particular, mas também para a própria filosofia tout court.
Iniciava-se ali a obra não apenas de uma grande helenista, mas também
de uma das filósofas mais importantes das últimas décadas do século XX.
Os
efeitos de Se Parmênides foram múltiplos. Como um trabalho realizado
numa certa interseção entre filologia e filosofia, o livro permitiu
desnudar os processos interpretativos em jogo na edição de um texto
antigo (a discussão com Diels, nesse sentido, é fundamental), assim como
os pressupostos vigentes e atuantes na interpretação filosófica de um
tratado como o De Melisso Xenophane Gorgia – uma obra que chegou até nós
junto com o corpus aristotélico, mas cuja obscuridade impediu que se
tivesse dela uma compreensão satisfatória, seja sobre seu autor, seja
sobre os autores dos quais ela trata. Um verdadeiro objeto não
identificado da antiguidade, o tratado teve uma sobrevida, talvez, pelo
fato de ter sido uma das duas únicas fontes (a outra é Sexto Empírico)
do mais importante texto que chegou até nós da sofística grega, o
Tratado do não-ser de Górgias.
Se Parmênides é, nesse sentido,
não só uma novíssima e revolucionária interpretação de Górgias, da
sofística e da filosofia grega em geral, da doxografia e da relação
entre filologia e filosofia, mas, sobretudo, da própria relação da
filosofia com a linguagem.
A Literatura do Bem e o Mal - Georges Bataille
Ainda que a literatura, como questão e prática, atravesse toda sua obra,
é em A literatura e o mal que Georges Bataille se empenha de maneira
mais explícita na busca de seu sentido – ou de seu não-sentido –,
afirmando desde o princípio que ela “é o essencial ou não é nada”. E se
essa essencialidade se acha vinculada ao mal é porque, sem atormentar o
bem e a virtude (como acontece em Sade), ou santificar o mal por
desejá-lo como bem (como se dá em Genet), a literatura se torna
insípida, destituída de interesse. Para Bataille isso já está dado na
infância, quando as disposições do indivíduo se mostram soberanas, na
recusa de tudo aquilo que, por meio do cálculo e da razão normativa,
pretende regular o desejo e o dispêndio. Assim, a literatura deve
confessar sua culpa, já que é “a infância reencontrada”. Há dois fins
primordiais que a humanidade persegue, a rigor inconciliáveis: o
primeiro, ligado à ideia do bem e da moral, é a conservação da vida a
todo custo; o segundo, que Bataille associa ao mal e a uma hipermoral, é
o aumento de sua intensidade: “a aprovação da vida até na morte”.
Perseverando em favor do segundo, a literatura se realiza como atividade
inoperante no extremo do possível e do perigo, levando, não raras
vezes, personagens e escritores à ruína. Neste livro magistral, Bataille
analisa, ou, antes, potencializa as obras de oito autores que de um
modo ou de outro são atravessadas pelo mal, para dar a ver em cores
vivas a radicalidade de seu próprio pensamento.
Andersen Viana - Sonata para Contrabaixo e Piano - Marcelo Cunha
O livro Andersen Viana: Sonata para Contrabaixo e Piano nos revela uma
obra do moderno repertório brasileiro para contrabaixo em todos os seus
detalhes formais, contextuais e interpretativos e confirma a sólida
posição que o premiado compositor mineiro tem no cenário musical
brasileiro. O autor do livro demonstrou uma rara capacidade de tratar
tantos assuntos diferentes, integrando-os entre si com a devida
profundidade, mas de modo objetivo. Ele venceu a difícil tarefa de
“falar” sobre música. É claro que nenhuma palavra substituirá aquilo que
a execução da obra em si poderá nos propiciar. Entretanto, esta não foi
a tarefa de Marcelo Cunha neste livro. É uma tarefa dos intérpretes que
mostrarão os diferentes caminhos que a obra propõe, justamente por ser
um organismo vivo, cheio de relações e de possibilidades
interpretativas.
Os diálogos entre o criador e o instrumentista
vêm antes e depois do processo criativo propriamente dito. Antes são
tratadas as questões idiomáticas, depois as questões interpretativas.
Mas, na verdade, o ciclo nunca se fecha. A obra de Andersen Viana e o
livro de Marcelo de Magalhães Cunha confirmam isso.
Então amigos, o que acharam? Se interessaram por algum?
Oi, Rose.
ResponderExcluirOs lançamentos parecem muito bons, mas depois de ter comprado tanto livro lá na Festa da USP, não posso nem pensar em mais!! rs...
Beijos
Camis - Leitora Compulsiva
Nem me fala! kkkk
ExcluirBjs, Rose.
Olá, Rose.
ResponderExcluirO Livro que mais me interessou foi O Formigueiro. Adoro o autor!
Desbrava(dores) de livros - Participe do top comentarista de dezembro. Serão dois vencedores!
Não lembro de já ter lido algo dele.
ExcluirBjs, Rose.
são livros mais cult ao meu ver, temas diferentes
ResponderExcluirnão sei sinceramente se leria
http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Este mês nenhum me interessou de fato.
ExcluirBjs, Rose.
Oi Flor.
ResponderExcluirÓtimos lançamentos.
Gostei do livro do Ferreira Gullar, a capa está linda.
Gostei da diversidade de gêneros.
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
Oi Rizia, que bom. Caso leia, espero que goste.
ExcluirBjs, Rose.
Olá!
ResponderExcluirQuantos lançamentos legais! Fiquei curiosa por A Literatura do Bem e o Mal!
Beijos!
Visite o Mademoiselle Loves Books!
http://www.mademoisellelovesbooks.com
Oi Ana, espero que leia e goste.
ExcluirBjs, Rose
Oi Rose!
ResponderExcluirEsses lançamentos deixarei passar, pois não gostei de nenhum, rs
Bjks!
http://www.historias-semfim.com/
Fica para próxima.
ExcluirBjs, Rose
Não li nada do autor, mas o único que me chamou a atenção dos lançamentos foi O formigueiro, Rose. Essa capa está perfeita, além de a sinopse ser bem convidativa.
ResponderExcluirQuem sabe este não será o primeiro de sua leitura.
ExcluirBjs!