Oi amigos, hoje temos mais uma resenha da nossa querida Rudy, vamos ver o que ela separou para nós?
Lições de Vida - Anne Tyler
368 páginas - Editora Novo Conceito
"Já fazia vários meses que Ira vinha percebendo a inutilidade da raça
humana. As pessoas estavam jogando suas vidas fora, parecia-lhe. Eles
desperdiçavam suas energias em futilidades, ambições egoístas ou rancores
intermináveis. Era um tema que surgia onde quer que ele olhasse, como se alguém
estivesse tentando dizer-lha alguma coisa. Não que isso fosse necessário. Então
ele não sabia muito bem tudo o que ele mesmo havia desperdiçado?".
(pág.141)
ANÁLISE
TÉCNICA:
-CAPA
= Feita
por Martha Tadaleski.
Estrada
ladeada com flores e lago, ao fundo árvores e montanhas; pessoa admirando a
paisagem de dentro do carro.
Capa
em tom marrom, a meu ver poderia ser mais colorido, porém essa tonalidade
combina com a história do livro.
As
capas tem 'orelhas'.
(nota: 4,00
de 5,00)
-DIAGRAMAÇÃO: Feita
por Vanúcia Santos.
Livro
com folhas amareladas e letras pretas.
Dividido
em 3 partes: primeira parte com 3 capítulos; segunda parte com 1 capítulo e
terceira parte com quatro capítulos e agradecimentos.
Os
capítulos são grandes o que dificulta um pouco a leitura, tornando-a cansativa.
É
uma diagramação simples, mas eficaz.
Formato/Acabamento: 16x23x2,4
Peso: 0.515 kg
(nota: 4,00
de 5,00)
-
ESCRITA: Descritiva
em 3ª pessoa com diálogos consistentes.
Protagonistas
bem descritos e a escrita é detalhista, como gosto dos detalhes, adorei!
(nota: 4,00
de 5,00)
"Mesmo assim, a frase de Jesse havia ficado em sua memória: o mesmo
alvoroço de sempre. As mesmas velhas discussões, as mesmas recriminações. As
mesmas piadas e senhas carinhosas, sim, e a lealdade duradoura e os gestos de
apoio e o conforto que ninguém mais saia como oferecer; mas também os mesmos
velhos ressentimentos que se arrastavam ano após ano, sem esquecer nada
completamente; [...]" (págs 177/178)
RESUMO
SINÓPTICO: Maggie
Morgan é considerada desastrada, otimista ao extremo, é intrometida,
desajeitada e adorável. Ama os filhos, embora sinta que não os conheça de
verdade.
Está
sempre tentando colocar 'panos quentes' nas situações, tentando revertê-las
para bons resultados, entretanto, por vezes tudo sai ao contrário.
Ira
Morgan assovia as canções de acordo com seu estado de humor, detalhe
interessante da personagem. É um homem prático ao extremo e parece não se
importar muito com as pessoas. Implica com o filho por achá-lo preguiçoso e
apesar de não concordar muito com algumas atitudes de Maggie, não saberia viver
sem ela.
Casados
há 28 anos e com a rotina diária transformando os dias em discussões, se
toleram e sabem conviver com os defeitos um do outro. Após uma viagem para o
funeral do marido de Serena, a melhor amiga de Maggie, tudo passou a ser uma
grande aventura e lição de vida.
ANÁLISE
CRÍTICA E DO AUTOR: O
livro é aquele do tipo em que começa de forma até um tanto enfadonha e aos
poucos vai crescendo e prendendo a atenção. Na verdade ele é um pouco mais
linear que isso e só passou a ter um pouco mais de dinâmica na terceira parte,
quando tudo acontece realmente.
Gostei
por dois motivos: primeiro por me identificar um pouco com a protagonista, já
que tenho otimismo em excesso e me acho um tanto desastrada (a identificação
acaba por aí) e também pelo livro nos mostrar o quanto a rotina é estressante
em um relacionamento longo, ao mesmo tempo que necessária, mostra o quanto o
amor está fortalecido e nos faz superar as situações, por mais difíceis que
sejam.
Não
é daqueles livros empolgantes, cheios de ação, embora até pequenas cenas
sensuais tenham no decorrer das páginas, mas é um livro para ser degustado aos
poucos, onde podemos analisar as situações cotidianas e até buscar novas
soluções para pequenos problemas que nos afligem.
"Às vezes, bem lá no fundo, Maggie também culpava a si mesma. Ela começava
a perceber que havia um denominador comum nem suas decisões como mãe: o simples
fato de seus filhos serem crianças, condenadas durante anos a sentirem-se
impotentes, desnorteadas e presas, a enchia de tamanha piedade que acrescentar
qualquer outra dificuldade em suas vidas parecia impensável. Ela podia
desculpar qualquer coisa deles, perdoá-los por tudo. Ela teria dado uma mãe
melhor, talvez, se não lembrasse tão bem de como é ser criança." (pág.
253)
NOTA
: 3,80
BOOKTRAILLER:
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