#Resenha A Filha Que O Rei Não Quis
Oi amigos hoje venho com uma resenha não ficção para vocês de um caso que ganhou os noticiários não só brasileiros, mas do mundo. Espero que gostem.
A Filha Que O Rei Não Quis - Sandra Arantes do Nascimento e Walter Brunelli
143 páginas - Roccio
Sandra não será a primeira e nem a última pessoa a correr atrás de suas origens biológicas e a desejar um reconhecimento paterno, seja o nível que for. Desde que o mundo é mundo, milhares de pessoas fazem isso diariamente. Mas o que acabou diferenciando o caso de Sandra de tantos outros, principalmente aqui no Brasil são dois fatos:
1. Seu pai biológico, a quem ela entrou na justiça pedindo a investigação de paternidade, é nada mais, nada menos que Edson Arantes do Nascimento, ele mesmo, o Pelé, o "Rei do Futebol".
2. Mesmo tendo sido comprovado geneticamente e confirmado pela justiça, Pelé não aceitou o fato de que era pai de Sandra.
Só por estes dois itens que citei já podem imaginar a confusão que o caso despertou na época. Um caso que se estendeu por longos 5 anos, visto que Sandra entrou na justiça em 1991, mas o reconhecimento só veio mesmo em 1996 com o resultado do DNA. Com isso, Sandra pode ganhar uma nova certidão de nascimento com o nome de seu pai. Porém, nem mesmo a comprovação do DNA fez Pelé mudar de ideia em relação à Sandra.
Sandra é fruto de um relacionamento de Pelé com Anísia em 1963, no auge de sua carreira como jogador de futebol. No livro, Sandra conta que quando a mãe descobriu a gravidez, Pelé não aceitou a paternidade, afastando-se na moça, que acabou criando a filha sozinha e com dificuldades.
Anísia nunca fez menção de ir atrás que qualquer tipo de direito que a filha tivesse, o rompimento na época fora definitivo. Mas como em muitos casos, em um determinado momento da vida, Sandra resolveu que queria conhecer o pai, se aproximar dele, e por conta disso, foi atrás dele. É então que começa a história, quer dizer, a história do livro em si, começa antes, pois Sandra com poucas palavras e de forma direta, conta desde o relacionamento dos pais até o dia em que a justiça a reconheceu como filha de Pelé.
Ela fala um pouco de si mesma, de sua criação e infância, da falta que um pai fez em sua vida, e o peso de saber que era filha do Rei, sem na prática o ser. Em muitas partes ela fala o quanto gostaria de ser próxima do pai e da família paterna, assim como sobre seus sentimentos de rejeição e de raiva em determinados momentos.
O livro é curto, e para quem conhece o caso, não há nada de realmente novo ou bombástico. Infelizmente para Sandra, a justiça lhe deu ganho de caso. No papel, ela é filha do Pelé, e tem todas as garantias que qualquer outro filho dele teria, mas só. Pelé nunca a reconheceu no coração, lugar que qualquer filho quer ser reconhecido e nunca houve uma aproximação entre eles.
Sandra acabou morrendo sem nunca ter tido um pai de verdade, pois para mim, mais do que laços sanguíneos ou pedaços de papel, pai mesmo é aquele que está ao seu lado.
Este livro foi escrito obviamente, antes da morte de Sandra, e em seu final fica claro a esperança que ela guardava de um dia ser chamada de filha.
Claro que reconhecer um filho adulto, até então desconhecido é complicado, o amor e intimidades não nascem de um dia para o outro, mas este caso é emblemático, e não apenas pelo tamanho que o nome Pelé carrega. Pelé não foi pego de surpresa com um filho que não conhecia, afinal, ele soube que seria pai quando Sandra ainda estava na barriga. Ele que optou por lavar as mãos e se afastar. E mais uma vez, foi ele quem optou por tentar mudar o imudável, quando recorreu inúmeras vezes da decisão da justiça, mesmo diante de um exame de peso como o DNA.
Infelizmente, neste caso, perdeu-se todos. Se dentro de campo Pelé foi um monstro acima de do bem e do mal, tanto que é reconhecido mundialmente como o Rei do Futebol, em sua vida pessoal, Edson Arantes do Nascimento deixou de marcar o que poderia ser o gol da sua vida.
O que eu acho disso tudo? Nada. Eu no lugar dela, nem teria ido atrás, pois para mim, pai é quem cria e não quem faz. Mas, respeito e entendo, não só ela, mas todos que vão atrás de seus pais biológicos. A posição dele diante de algumas declarações? Entendo que não se cria laços de um dia para outro, mas também acho que não seria nenhum sacrifício olhar para ela e dizer "minha filha, vamos nos conhecer". Mas quem sou eu para julgar? Ainda mais não estando presente nos fatos narrados e conhecidos?
A verdade é que cada um sabe o que lhe vai na consciência, e enquanto Pelé foi mito, Edson é apenas mais um ser humano com falhas. Uma história real, que infelizmente não teve o final feliz dos contos de fadas.
Esta resenha faz parte do meu Desafio Literário Livreando (#DLL2018) no item "Baseado em fatos reais". Que quiser ler outras resenha do desafio, basta clicar na imagem abaixo
#Resenha A Filha Que O Rei Não Quis
Oi amigos hoje venho com uma resenha não ficção para vocês de um caso que ganhou os noticiários não só brasileiros, mas do mundo. Espero que gostem.
A Filha Que O Rei Não Quis - Sandra Arantes do Nascimento e Walter Brunelli
143 páginas - Roccio
Sandra não será a primeira e nem a última pessoa a correr atrás de suas origens biológicas e a desejar um reconhecimento paterno, seja o nível que for. Desde que o mundo é mundo, milhares de pessoas fazem isso diariamente. Mas o que acabou diferenciando o caso de Sandra de tantos outros, principalmente aqui no Brasil são dois fatos:
1. Seu pai biológico, a quem ela entrou na justiça pedindo a investigação de paternidade, é nada mais, nada menos que Edson Arantes do Nascimento, ele mesmo, o Pelé, o "Rei do Futebol".
2. Mesmo tendo sido comprovado geneticamente e confirmado pela justiça, Pelé não aceitou o fato de que era pai de Sandra.
Só por estes dois itens que citei já podem imaginar a confusão que o caso despertou na época. Um caso que se estendeu por longos 5 anos, visto que Sandra entrou na justiça em 1991, mas o reconhecimento só veio mesmo em 1996 com o resultado do DNA. Com isso, Sandra pode ganhar uma nova certidão de nascimento com o nome de seu pai. Porém, nem mesmo a comprovação do DNA fez Pelé mudar de ideia em relação à Sandra.
Sandra é fruto de um relacionamento de Pelé com Anísia em 1963, no auge de sua carreira como jogador de futebol. No livro, Sandra conta que quando a mãe descobriu a gravidez, Pelé não aceitou a paternidade, afastando-se na moça, que acabou criando a filha sozinha e com dificuldades.
Anísia nunca fez menção de ir atrás que qualquer tipo de direito que a filha tivesse, o rompimento na época fora definitivo. Mas como em muitos casos, em um determinado momento da vida, Sandra resolveu que queria conhecer o pai, se aproximar dele, e por conta disso, foi atrás dele. É então que começa a história, quer dizer, a história do livro em si, começa antes, pois Sandra com poucas palavras e de forma direta, conta desde o relacionamento dos pais até o dia em que a justiça a reconheceu como filha de Pelé.
Ela fala um pouco de si mesma, de sua criação e infância, da falta que um pai fez em sua vida, e o peso de saber que era filha do Rei, sem na prática o ser. Em muitas partes ela fala o quanto gostaria de ser próxima do pai e da família paterna, assim como sobre seus sentimentos de rejeição e de raiva em determinados momentos.
O livro é curto, e para quem conhece o caso, não há nada de realmente novo ou bombástico. Infelizmente para Sandra, a justiça lhe deu ganho de caso. No papel, ela é filha do Pelé, e tem todas as garantias que qualquer outro filho dele teria, mas só. Pelé nunca a reconheceu no coração, lugar que qualquer filho quer ser reconhecido e nunca houve uma aproximação entre eles.
Sandra acabou morrendo sem nunca ter tido um pai de verdade, pois para mim, mais do que laços sanguíneos ou pedaços de papel, pai mesmo é aquele que está ao seu lado.
Este livro foi escrito obviamente, antes da morte de Sandra, e em seu final fica claro a esperança que ela guardava de um dia ser chamada de filha.
Claro que reconhecer um filho adulto, até então desconhecido é complicado, o amor e intimidades não nascem de um dia para o outro, mas este caso é emblemático, e não apenas pelo tamanho que o nome Pelé carrega. Pelé não foi pego de surpresa com um filho que não conhecia, afinal, ele soube que seria pai quando Sandra ainda estava na barriga. Ele que optou por lavar as mãos e se afastar. E mais uma vez, foi ele quem optou por tentar mudar o imudável, quando recorreu inúmeras vezes da decisão da justiça, mesmo diante de um exame de peso como o DNA.
Infelizmente, neste caso, perdeu-se todos. Se dentro de campo Pelé foi um monstro acima de do bem e do mal, tanto que é reconhecido mundialmente como o Rei do Futebol, em sua vida pessoal, Edson Arantes do Nascimento deixou de marcar o que poderia ser o gol da sua vida.
O que eu acho disso tudo? Nada. Eu no lugar dela, nem teria ido atrás, pois para mim, pai é quem cria e não quem faz. Mas, respeito e entendo, não só ela, mas todos que vão atrás de seus pais biológicos. A posição dele diante de algumas declarações? Entendo que não se cria laços de um dia para outro, mas também acho que não seria nenhum sacrifício olhar para ela e dizer "minha filha, vamos nos conhecer". Mas quem sou eu para julgar? Ainda mais não estando presente nos fatos narrados e conhecidos?
A verdade é que cada um sabe o que lhe vai na consciência, e enquanto Pelé foi mito, Edson é apenas mais um ser humano com falhas. Uma história real, que infelizmente não teve o final feliz dos contos de fadas.
Esta resenha faz parte do meu Desafio Literário Livreando (#DLL2018) no item "Baseado em fatos reais". Que quiser ler outras resenha do desafio, basta clicar na imagem abaixo
Oi Rose, tudo bem? Não sabia que haviam publicado uma biografia dessa história. Realmente houve muita repercussão sobre o assunto e honestamente, não sei o que faria no lugar dela.
ResponderExcluirParabéns pela resenha.
Bjkas
Complicado mesmo. Como todo filho, ela tem seus direitos, que devem ser preservados.
ExcluirBjs Rose
oi Ros,e achei interessante a premissa, ainda mais por ser uma história verídica http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
ResponderExcluirGosto de ler histórias reais.
ExcluirBjs Rose
Olá!
ResponderExcluirNão sabia que tinha um livro sobre o assunto... Me parece ser bem interessante. Mas não sei se leia no momento...
Beijos!
Ele é bem fininho. Um dia de Leitura sem esforço.
ExcluirBjs Rose
Oiii Rose
ResponderExcluirEu também no lugar dela nem teria ido atrás, mas até ai acho complicado dizer já que ela nutria esa esperança de ser reconhecida. Triste saber que ela partiu sem ver esse sonho se cumprir... E triste por Pelé que nunca mais vai poder reparar o erro que cometeu.
Beijos
www.derepentenoultimolivro.com
Sim, concordo contigo. Houve o reconhecimento jurídico, mas o reconhecimento afetivo, este não tem mais chances
ExcluirBjs Rose
Olá, tudo bem? Eu lembro que teve uma repercussão muito grande na mídia sobre essa história, muito mais do que o dinheiro do pai, acredito que ela queria conhecê-lo de verdade e que ele tivesse amor de filha por ela. Mesmo ela tendo ganhado reconhecimentos perante o juiz, tenho certeza que não valeu muito coisa para ela, a rejeição é um sentimento que deixa marcas na vida de todos.
ResponderExcluirBeijos e Abraços VIVI
http://resenhasdaviviane.blogspot.com
Oi Vivi, sim, e são marcas difíceis de serem apagadas.
ExcluirBjs Rose
Oi, Rose! Tudo bem?
ResponderExcluirInfelizmente, casos como o dela são extremamente comuns. Não sei o que passa na cabeça de um pai para abandonar um filho, mas sabemos que isso acontece frequentemente.
Confesso que essa é uma leitura que eu não faria. Primeiro, porque não sou de ler obras de não ficção. Segundo que eu já conhecia o caso e como você disse que o livro não tem nenhum fato novo, acho que não é uma leitura que agregaria muito.
De qualquer forma, adorei sua resenha e acho que, para quem não conhecia a história, acho que deve ser uma leitura válida.
Beijos!
Oi maria, entendo sua posição, e realmente não tem nada de novo, apenas a posição dela dos fatos.
ExcluirBjs Rose
Oi, tudo bem?
ResponderExcluirConhecia a estória, mas ainda não li o livro, apesar de que não lembro de ter visto o livro. Adorei sua resenha, achei super interessante o relato da estória dela, porém não é uma leitura que buscaria para ler, mesmo apreciando biografias. Adorei a resenha!
http://colecionandoromances.blogspot.com.br/
Não chega a ser uma biografia, ela conta sua posição diante desta história.
ExcluirBjos Rose
Eu era muito pequena na época do ocorrido. Mas cresci ouvindo sobre o caso e fico bem triste ao pensar no quanto ela deve ter sofrido com essa ausência. Não sei se eu leria o livro porque tenho pé atrás, sabe? Geralmente - os que li pelo menos do mesmo gênero - rola um drama desnecessário que foge da realidade.
ResponderExcluirMesmo assim eu anotei essa dica e adorei ver por aqui.
Beijos
Sai da Minha Lente
Oi Clayci, não senti um drama desnecessário, mas temos apenas um lado da história.
ExcluirBjs, Rose
Olá, tudo bem?
ResponderExcluirGosto desses relatos/biografias porque acabam tirando do pedestal grandes nomes, e mostrando como eles são de verdade. E concordo com você quando diz "A verdade é que cada um sabe o que lhe vai na consciência". Julgar não devemos.
abraços
'Mesmo tendo sido comprovado geneticamente e confirmado pela justiça, Pelé não aceitou o fato de que era pai de Sandra.' tenso isso, né? Não curto muito o Pelé e quando leio essas coisas gosto muito menos ainda dele.
ResponderExcluirP.S.: a resenha ficou ótima, desculpe se meu comentário pareceu grosseiro, é que realmente não gosto do Pelé.
ResponderExcluirOi, tudo bem?
ResponderExcluirEu confesso que não costumo ler livros de não ficção e que não me interesso muito pela vida do Pelé, por isso não sabia dessa história e pelo mesmo motivo também não teria muita animação com o livro, sabe? Mas deve ser uma leitura interessante e muito triste, pois todos queremos ser reconhecidos de verdade pelos nossos pais, né? Mas como você disse, não dá para julgar sem saber como era a vida deles e tals.
Beijos :*
Olá não sabia dessa historia do Pelé e nem desse livro. Mais amei sua resenha e me deu vontade de ler o livro para conhecer mais da historia dica anotada
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