26 de novembro de 2013

#Resenha Ensaio sobre a Cegueira


Oi amigos, olha a Gladys aqui novamente para falar de mais uma leitura dela para o Desafio Literário 2013. Vamos ver o que ela escolheu desta vez...


Oi pessoal, tudo bem? 
Andei um período sumida não é mesmo? Mas foi por uma causa justa, estava terminando a graduação, \0/  
Para o tema do mês de setembro escolhi: Ensaio sobre a Cegueira de José Saramango. 
Ensaio sobre a Cegueira - José Saramango
312 páginas - Editora Companhia das Letras


Vi a adaptação na época do lançamento e já fiquei chocada com algumas cenas. Lembro que ao sair do cinema, comentei com minha amiga sobre algumas partes em particular. Ao ler, lembrei de algumas cenas já esquecidas, mas a leitura, como na maioria das vezes, é mais detalhada e consequentemente mais forte e chocante.  
Como a sinopse salienta, é um mal que se alastra pela sociedade sem deixar pistas, apenas um rastro branco. Isso mesmo, é uma cegueira branca! As pessoas atingidas não "veem" escuro, pelo contrário, é como se estivessem em uma névoa leitosa.  
A trama começa com o primeiro atingido, o motorista, e como o mesmo contaminou as primeiras pessoas. Como o 'governo' não tem o quê fazer, coloca os cegos em um manicômio abandonado para viverem em quarentena. Mas no meio destes está uma pessoa que não cegou: a mulher do oftalmologista que atendeu ao primeiro cego (o motorista). Ela simplesmente vai para a quarentena por não querer deixar o marido a própria sorte, sempre as mulheres sendo mártires!  
A principio os cegos conseguem se virar como podem, pois são poucos e há espaço no manicômio. Mas a partir do momento que o 'mal branco' se espalha e o governo sem o menor escrúpulo, joga, literalmente, todos que cegam no mesmo espaço físico, o caos está implantado.  
Não tem como se afeiçoar a nenhum personagem. Pois devido ao total abandono, as faltas de regras e controle por parte de pessoas que enxerguem para ajudar os cegos, o lado ruim e perverso dos humanos aflora como se fossem bestas selvagens no isolamento. 
E quando você acha que o pior aconteceu no isolamento, Saramago faz uma reviravolta e tudo o que se tinha lido, torna-se fichinha diante da escrita minuciosa dos demais fatos descritos pós quarentena  
Se vocês não gosta de leitura forte, impactante, que te arranque da zona de conforto não leia essa obra. Tente assistir ao filme primeiro, se conseguir chegar até o final, pode passar para a leitura, mas mesmo assim prepare-se!  
Algo que me incomodou e atrapalhou um pouco o ritmo da leitura, a escrita é Português de Portugal, muitas palavras desconhecidas e a falta de travessão ou algo que identificasse ser um diálogo. Saramago usa vírgulas e com isso temos parágrafos enormes e se você se descuidar um pouco perde o sentido do mesmo. 
Os olhos da esposa do oftalmologista são os olhos do leitor. E por várias vezes naquele ambiente, ela desejou estar cega como os demais...   
Com certeza é uma leitura reflexiva. Não tem como não imaginar se algo semelhante acontecesse nos dias atuais, o que seria da nossa sociedade?! De acordo Saramago, seria horripilante!!! 
Fiquem com Deus e até a próxima. 
    
Gladys Sena.

P.S.: Essa resenha também foi publicada no “Cantinho da Gladys”. 


Então amigos, o que acharam? Alguém aqui é fã do Saramango? Eu ainda não conheço o trabalho do autor, mas sempe ouço falar muito bem dele. Obrigada Gladyspor mais uma vez dividir sua opinião conosco.

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