Agora, sentado,
ouvindo apenas o ruído do silêncio,
parado,
eu penso em nós.
Vem vindo do fundo, gritante,
alarmante,
a ansiedade do tempo passado
preenchendo do nada
o vazio de dois mundos.
Somos duas pontas de flexas,
disparadas do infinito,
que não se encontrarão.
Um grito de alarme
cresce na garganta
e espanta
no vôo, a felicidade
que em vão tenta o pouso
em minha alma angustiada.
Somos dois que
marcham ao longo,
sem cruzamentos,
nem encontros.
Tontos,
procuramos nos dar as mãos
através o nevoeiro do tempo.
Ilusão temerária de sermos um,
quando seremos, eternamente
dois.
Pois,
não percebes?
Teu mundo é formado
de outras cores.
Consulto o silêncio,
tal fora o relógio da vida,
e vejo nos ponteiros
que não se tocam
nossa própria tentativa
do ser uno.
Nessa ilusão míope não vemos
que passamos
um pelo outro,
sem nos tocarmos,
como os ponteiros
que marcam a vida,
perdida.
Victor Motta
Nunca fui muito fã de poemas ...mas confesso que amei este!
ResponderExcluirÉ lindo!!!
ResponderExcluirLindo, adorei!
ResponderExcluirEu me emocionei quando li.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Concordo plenamente.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Que bom yassui, fico feliz!
ResponderExcluirBjs, Rose.
Muitas vezes o silêncio "diz" muitas coisas...
ResponderExcluirBjo!
emocionante, rose de onde vc pega esses textos?! bjs
ResponderExcluirOi Kelry, alguns eu recebo, outros encontro na Internet e tem ainda os que leio por aí e copio.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Muitas vezes mais que as próprias palavras.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Simplesmente lindo!
ResponderExcluirbjs
Também achei.
ResponderExcluirBjs, Rose.